No trabalho realizado por Nihart et al. (202e), intitulado Bioaccumulation of microplastics in decedent human brains, publicado no Nature Medicine sob a forma de brief communication os autores dão conta da presença de micro e nanoplásticos (MNPs) em rins, fígado e cérebro humanos. Os MNPs nestes órgãos consistem principalmente em polietileno (PE) e de outros polímeros, ainda que com concentrações mais baixas, mas significativas. Os tecidos cerebrais albergam maiores proporções de polietileno em comparação com a composição dos plásticos no fígado ou no rim, e a microscopia eletrónica verificou a natureza dos MNPs cerebrais isolados, que se apresentam em grande parte como fragmentos nanométricos semelhantes a cacos. As concentrações de plástico nestes tecidos não foram influenciadas pela idade, sexo, raça/etnia ou causa da morte. O momento da morte (2016 versus 2024) foi um fator significativo, com concentrações crescentes de MNPs ao longo do tempo em amostras de fígado e cérebro. Por fim, foi observada uma acumulação ainda maior de MNPs num corte de cérebros de falecidos com diagnóstico documentado de demência, com deposição notável nas paredes cerebrovasculares e nas células imunes.

Estes resultados realçam a necessidade crítica de melhor compreender as vias de exposição, as vias de absorção e depuração e as potenciais consequências para a saúde dos plásticos nos tecidos humanos, particularmente no cérebro.


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